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30 de set. de 2011

Espaço Confinado - Parte I


Fonte: Cosmo Palasio de Moraes Jr - Técnico de Segurança do Trabalho
Como já venho dizendo em textos escritos anteriormente, minha grande preocupação atual e tentar escrever sobre Segurança do Trabalho numa linguagem acessível, tanto para  aqueles que agora chegam a nossa área como também para as pessoas que precisam conhecer o assunto e quase sempre esbarram na falta de informações que sejam ao menos compreensíveis. Tal como as demais áreas do conhecimento, também em nosso meio há uma grande tendência em criar complicações, gerar termos difíceis e tratar dados assuntos como se para isso houvesse a necessidade de um vocabulário especial. De minha parte sempre achei isso uma coisa totalmente desnecessária, que na verdade serve mais para apartar as pessoas e os grupos do que para contribuir para o crescimento da área técnica em si. Mais do que isso, no caso especifico da prevenção de acidentes, tal prática - ou seja o hábito de falar difícil - contribui também para a falta de informação e aplicação de coisas essenciais pela grande massa. Com certeza falamos daqui a um grande problemas, que deve levar muitas pessoas a reflexão.
No texto anterior, falávamos sobre solda e corte. Buscamos ali mostrar a parte essencial da coisa, mesmo porque sabemos que grande maioria dos locais de trabalho aqui em nosso pais até mesmo o essencial é ainda muito distante. Falar mais do que isso certamente iria apenas contribuir para a vaidade pessoal - demonstrando conhecimento - que na prática em poucos casos de aplica. 
UMA PRÉVIA REFLEXÃO
Uma ponto interessante a ser analisado na prevenção de acidentes e a questão do "não saber". Estranhamente muitos daqueles que investigam acidentes - mesmo os profissionais mais experimentados - parecem desconhecer a coisa da ignorância. Em certos momentos do processo de apuração de um acidente, parecem crer estar diante de um ser distinto do mundo lá fora e que ali diante das perguntas - na maioria da vezes a partir de um roteiro importado e feito a partir de outros valores - enquadram os fatos dentro daquele universo. Pode parecer estranho para algumas pessoas que alguém não saiba usar uma chave de fenda - mas na verdade muitas pessoas realmente não sabem. Muito disso ocorre também nos programas da qualidade, onde as vezes é difícil para os Coordenadores - pessoas que vivem numa parte da realidade deste pais - entender os porquês e razoes das posturas e atitudes dos que trabalham em determinadas áreas - que vivem certamente num universo totalmente distinto. Este bom senso é com certeza essencial ao desenvolvimento de um programa de prevenção de acidentes REAL. 
É preciso enxergar muito além do uniforme, da função, dos pseudos treinamentos (porque não dizer adestramentos) que conduzem ao fazer, mas jamais ao saber fazer e mais raramente ainda , ao porque fazer . Neste jogo de palavras - talvez capacitar seja a melhor delas - porque dar capacidade é diferente de ensinar fazer.
Esta forma de pensar, que menciono logo acima conduziu ao longo dos anos ao mais doentio conceito que existe dentro da prevenção: as pessoas querem se acidentar ! Ora, isso é contrário  a própria natureza humana e seus instintos e trata-se de uma forma simplória de querer encobrir outros fatores que com certeza se assumidos em relatórios questionariam muito do que hoje é tido como normalidade. Conceitos desta natureza, que estão mais para crendices populares do que para qualquer conteúdo técnico -  contribuíram e continuam contribuindo para que nossa área não assuma sua real importância dentro do contexto. Anseio um dia ainda ver uma Segurança do Trabalho capaz de dar nome aos bois e embora isso pareça politicamente ruim ou mesmo inviável, com certeza será a única forma de pelo diagnostico adequado encontrarmos caminhos para por fim ao acidente em série e realmente apresentar resultados.

Imagem Google

ESPAÇOS CONFINADOS - O QUE SÃO ?
Um dos grandes problemas das áreas ou espaços confinados e que poucas pessoas sabem distingui-los dos demais locais de trabalho. Para o leigo - e entre estes estão a maioria dos trabalhadores brasileiros,  trabalhar neste ou naquele lugar não faz muita diferença. Conheço um caso interessante de uma famosa empresa - situada aqui no ABC - onde existe uma dos mais belos procedimentos para trabalhos em espaços confinados que já vi em minha vida. No entanto se você perguntar aos empregados, eles nada sabem sobre isso. 
O primeiro ponto a ser levado em conta quando tencionamos fazer algo com relação a este tipo de trabalho é ter em mente que embora os espaços confinados tenham riscos potenciais ( pense bem - nos sabemos disso !), estes riscos, por sua sutileza, não são notados e nem percebidos pela maioria das pessoas. Numa analogia cômica, certos riscos são entendidos por alguns trabalhadores tal como as crianças entendem alguns riscos da vida pelas estórias que os pais contam e ai surge o problema: contamos aos nossos filhos que não devem ir a rua por uma serie de figuras que criamos (homem do saco, homem barbudo, etc.)eles temem - mas não consegue ver - quando na verdade existem riscos reais. Um dia quando eles notam que estas figuras não existem fogem e as coisas acontecem. Da mesma forma difícil entender que uma pessoa com poucos recursos culturais e baixo nível de entendimento possa entender como é arriscado um gás que nem sabe de onde vem ou pior ainda, um gás que surge por esta ou aquela reação química, enfim, as pessoas de fato não respeitam o que não conseguem ver. Distante do aspecto técnico em si, não levar estes fatores em consideração é deixar espaço para tempos depois tentar entender o que leva uma pessoa a entrar em determinado lugar e morrer, embora exista um belo procedimento, tenhamos gastado recursos em placas, etc.
Todo cuidado então deve ser dedicado ao entendimento do risco pelos empregados e neste ponto distingue-se a prevenção de papel da prevenção de acidentes, a primeira é capaz de encher os olhos de algumas pessoas, a segunda é capaz de salvar vidas.
Espaço confinado é aquele que possui aberturas limitadas para entrada e saída e que originalmente não foi concebido para a permanência de pessoas de forma permanente. São exemplos típicos de espaços confinados os dutos de ventilação, esgotos subterrâneos, caldeiras, tanques, silos, etc. Em comum, geralmente os espaços confinados necessitam de meios especiais para entrada e saída e não apresentam ventilação própria.
O grande potencial de risco destes locais está geralmente associado a uma atmosfera perigosa. No entanto como veremos a seguir os riscos não estão limitados apenas a este item.

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